As razões são simples. Vários países compartilham a Amazônia, inclusive a França, além disso, a região desempenha importante papel no clima mundial. Trata-se, portanto, de um ecossistema de “interesse global" e não um “patrimônio comum". Como interesse global, os países que a dividem não abdicam da “soberania sobre seus recursos naturais" que deverão ser explorados segundo sua legislação interna.
A recente polêmica acerca das queimadas está distorcida, talvez em função da grande quantidade de fumaça que se espalhou sobre São Paulo. Incêndios naturais sempre existiram e continuarão a existir. Cabe aos governos da região administrá-los e para isto, estão legitimados a buscar a cooperação da comunidade internacional, haja vista que a proteção da diversidade biológica é uma “responsabilidade comum, porém duferencuada".
Não há dúvida que há uma baixa utilização do potencial econômico da área, sobretudo no que se refere aos seus recursos minerais que podem e devem ser explorados de forma sustentável e moderna. Não será o garimpo que resolverá a questão. A experiência amazônica com a garimpagem é péssima. A biotecnologia é uma alternativa importante, mas não a única.
O combate às atividades ilegais deve ser uma prioridade. Neste ponto, há que se rever o papel de órgãos como o IBAMA e ICMBIO que possuem grandes contingentes de servidores fora da região. Compare-se o número de servidores de tais órgãos em Brasília, com o número de lotados na Amazônia. Alterar esse quadro seria uma inequívoca demonstração do governo brasileiro de um efetivo comprometimento com a proteção da área. A cooperação internacional é fundamental para, em momento de crise fiscal, prover os recursos necessários para melhor fiscalização e controle.
Não se desconhecem as razões comerciais e políticas que podem estar por trás da atual crise ambiental. Todavia, diplomacia ambiental se faz pela busca do entendimento, sabendo utilizar os nossos ativos em favor do país. Confunde -se quem acha que o agronegócio será beneficiado com a diminuição da floresta. Tanto mais grave será o resultado da incompreensão, quanto mais elevado for o cargo daquele que não tem capacidade de compreender o problema. É, no mínimo ingênuo, achar que as questões amazônicas só dizem respeito ao Brasil.
OS MEMBROS DO IAB ATUAM EM DEFESA DO ESTADO DEMOCRÁTICO DE DIREITO. FILIE-SE!