Não havia como ser diferente. Diante dos retrocessos políticos deflagrados em 2016, sobretudo nos primeiros meses do ano, fortemente marcados pelo confronto e o radicalismo de ideias divergentes, o IAB assumiu a responsabilidade institucional de contribuir para a pacificação nacional. Naquele momento extremamente difícil, o IAB investiu a força da sua tradição jurídica quase bicentenária na assinatura do manifesto Conclamação Dirigida ao Povo Brasileiro, juntamente com a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), o Ministério da Justiça e o Ministério Público Federal.
Em face da crise política, as entidades conclamaram “todos os cidadãos e cidadãs, comunidades, partidos políticos e entidades da sociedade civil organizada a fazer a sua parte e cooperar para este mesmo fim, adotando em suas manifestações a busca permanente de soluções pacíficas e o repúdio a qualquer forma de violência”. Viver sob a égide do Estado Democrático de Direito exige a atuação efetiva de todos para a concretização dos direitos sociais e políticos e do devido processo legal.
O rumo a ser tomado pelo País não pode passar ao largo dos princípios imperiosos da Constituição Federal. O IAB jamais aceitará o aviltamento da democracia, não importando o seu propósito, nem mesmo o de pretensamente alcançar a efetividade da Justiça por meio, paradoxalmente, de iniciativas que desprezem consagradas garantias constitucionais, como o direito à presunção da inocência.
Onde houver uma ameaça à democracia, o IAB estará presente para protegê-la. Seja com a sua voz, como fez da tribuna do plenário do Supremo, em defesa da inconstitucionalidade da execução provisória da pena de prisão. Seja com a força dos argumentos jurídicos que sustentam os brilhantes pareceres aprovados no nosso plenário histórico.
Um ótimo 2017 para todos nós!
Técio Lins e Silva
OS MEMBROS DO IAB ATUAM EM DEFESA DO ESTADO DEMOCRÁTICO DE DIREITO. FILIE-SE!