O presidente da Comissão de Direito do Trabalho do IAB, Daniel Apolônio Vieira, também se manifestou: “Será lembrado como um grande mestre, que tive o privilégio de conhecer mais de perto quando fui secretário da comissão na presidência da saudosa Moema Baptista”. Ainda segundo ele, “o professor era dotado de enorme inteligência jurídica e humanística, e cativava a todos pela simplicidade com que expunha seus argumentos sempre de forma elegante e cortês”.
Autor de 26 livros sobre Direito do Trabalho e mais de 200 artigos publicados em periódicos especializados, Arion Sayão Romita ocupava a cadeira 71 da Academia Brasileira de Direito do Trabalho (ABDT), da qual foi presidente. “Foi um incansável semeador de conhecimentos jurídicos e tenaz esgrimista de convicções fundamentadas, com notável contribuição ao permanente aprimoramento do Direito do Trabalho no Brasil”, afirmou o presidente honorário da ABDT, João de Lima Teixeira. Segundo ele, “uma inteligência rútila se apaga, mas fica o notável legado em obras e artigos doutrinários para a renovada revisitação dos estudiosos, além de uma legião de alunos”.
O advogado Marcus Vinícius Cordeiro, nomeado recentemente presidente da Comissão de Direito Coletivo do Trabalho e Direito Sindical do IAB, contou uma passagem profissional que teve com Arion Sayão Romita: “No início da minha carreira, advogando para um sindicato, o tive do lado contrário; cada audiência era aula para mim, já que ele reunia as melhores virtudes de um grande advogado e de um jurista incomparável”.
Graduado em Ciências Jurídicas pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) em 1956, Arion Sayão Romita era procurador de Justiça aposentado do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro. Foi professor titular de Direito do Trabalho nas Faculdades de Direito da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj) e da UFRJ. Era membro do Instituto Brasileiro de Direito Social Cesariano Junior (IBDSCJ) e do Instituto de Direito Comparado Luso-brasileiro (IDCLB).