Primeira doutora formal da Faculdade de Direito da USP, onde defendeu, em 1970, a tese “Ação declaratória incidental”, Ada Pellegrini Grinover foi depois professora de Direito Processual Civil e também dos cursos de mestrado e doutorado da universidade.
Ao lado de outros nomes de peso, como Miguel Reale, Maria Helena Diniz e Goffredo da Silva Telles Júnior, participou da elaboração do Código Civil, de 2002, e atuou também na reforma do Código de Processo Penal e do Código de Defesa do Consumidor. Foi coautora da Lei de Interceptações Telefônicas, da Lei de Ação Civil Pública e da Lei do Mandado de Segurança.
A jurista exerceu os cargos de presidente do Instituto Brasileiro de Direito Processual e vice-presidente da International Association of Procedural Law e do Instituto Iberoamericano de Derecho Procesal. Era doutora Honoris Causa pela Universidade de Milão (Itália) e recebeu, em 1988, do American Biographical Institute, o prêmio Woman of the year for Brazil. Em 2007, foi agraciada com o prêmio da Fundação Redenti (Bolonha, Itália).
Ada Pellegrini Grinover foi também procuradora do Estado de São Paulo, titular do escritório de advocacia APG Empreendimentos Jurídicos, vice-presidente da OAB/SP e diretora da Escola Superior da Advocacia (ESA) da seccional paulista.
Se hoje a Constituição consagra o devido processo legal, a garantia do juiz natural, a proibição da prova ilícita e o dever de fundamentação das decisões, isso se deve ao trabalho incansável da professora Ada, uma mulher que marcou gerações.
Rio de Janeiro, 14 de julho de 2017.
Técio Lins e Silva
Presidente nacional do IAB