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Sexta, 13 Dezembro 2024 02:58

PL que criminaliza negação do holocausto judeu é reprovado pelo Instituto dos Advogados

Eric Cwajgenbaum Eric Cwajgenbaum

A criminalização da negação do holocausto judeu com pena de reclusão de dois a cinco anos e multa, prevista no projeto de lei 145/23, foi reprovada pelo Instituto dos Advogados Brasileiros (IAB). O plenário da entidade aprovou, nesta quinta-feira (12/12), parecer das Comissões de Direito Penal e de Criminologia que apontam a inadequação da proposta à Constituição no que se refere à garantia da liberdade de expressão e aos princípios da legalidade e da lesividade: “Leis penais para definir qualquer ato que venha a transbordar a mera ignorância histórica como conduta criminosa já temos, o que nos falta é educação”, diz o texto.

No entanto, o relator do parecer, Eric Cwajgenbaum, destacou que a necessidade de combater a negação do holocausto está alinhada com os anseios da sociedade. Para o advogado, a matéria deve ser tratada no âmbito de políticas públicas, e não através do sistema penal. “A intenção legislativa deve se dar no campo da educação escolar e de  projetos sociais, espalhando a luz do conhecimento científico onde houver sombra da ignorância”, afirmou.

O projeto de lei, de autoria da deputada federal Sâmia Bomfim (PSol/SP), prevê pena de prisão, multa e dano moral para quem praticar, induzir ou incitar a prática de qualquer ato que implique referência não-crítica ao nazismo, a neonazismos ou manifestações do gênero. O mesmo se aplica ao uso de imagens, saudações ou quaisquer símbolos que remetam a essa ideologia. 

Na visão do relator, o verdadeiro desafio de uma lei destinada a criminalizar ideologias, seja ela qual for, é não ser tão perigosa quanto a ideologia que se busca criminalizar. Isso porque, segundo ele, os signos nazistas, “se escassos, pelas leis da economia se tornarão mais valiosos, outros sequer são originalmente nazistas e não podem ter a sua história limitada a esta ideologia”.

Cwajgenbaum sublinhou que cabe a todo Estado Democrático o dever de assegurar a transmissão da história amparada na ciência e, ao mesmo tempo, assegurar o exercício da liberdade de expressão. “Confiar ao Direito a tarefa de regular a forma como vamos contar a história do Século XX é inadequado e perigoso. A aplicação da justiça dependeria, na prática, de explicações, caso a caso, de peritos em história, sociologia e antropologia”, enfatiza o advogado.

Laura Berquó

Autora da indicação que deu origem ao parecer, Laura Berquó discordou da análise e defendeu que a prática negacionista deve ser enfrentada pelo Direito Penal: “O antissemitismo tem crescido de forma assustadora no mundo todo e uma das formas de violência contra judeus é a negação do holocausto”.

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