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Quinta, 17 Fevereiro 2022 01:01

Instituto rejeita isenção de IPI na compra de veículos por mulheres vítimas de violência 

Arnaldo Rodrigues da Silva Neto Arnaldo Rodrigues da Silva Neto

Por não apresentar a estimativa do impacto financeiro-orçamentário que será provocado pela renúncia de receita decorrente da concessão do benefício, o projeto de lei 5.355/2019, de autoria do deputado federal Bosco Costa (PL/SE), foi rejeitado pelo Instituto dos Advogados Brasileiros (IAB). O PL isenta mulheres vítimas de violência doméstica do pagamento do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) na compra de veículos para fins de trabalho. Na sessão ordinária desta quarta-feira (16/2), o plenário do IAB aprovou o parecer do relator Arnaldo Rodrigues da Silva Neto, da Comissão de Direito Financeiro e Tributário, contrário ao PL. 

“Não foram devidamente observados os princípios essenciais para a concessão de benefício fiscal”, afirmou o relator. O advogado ressaltou que “a Lei de Responsabilidade Fiscal exige que a concessão do benefício seja precedida de estudo que estime o impacto da isenção nos cofres públicos”. De acordo com ele, “os incentivos fiscais são instrumentos importantíssimos para o desenvolvimento do País quando visam a reduzir as desigualdades e realizar a distribuição de renda, razão pela qual as isenções somente devem ser concedidas quando houver relevância no seu conteúdo”.  

O projeto inclui mulheres vítimas de violência doméstica, que sejam empresárias individuais formalizadas pelo Microempreendedor Individual (MEI), no rol dos beneficiários relacionados na Lei 8.989/1995, que prevê a isenção do IPI na compra de automóveis a serem utilizados em atividade laboral. Atualmente, são beneficiados taxistas, cooperativas de táxi e pessoas com deficiência física. 

Para Arnaldo Rodrigues da Silva Neto, a aprovação do PL promoveria desigualdade. “A isenção apenas para mulheres vítimas de violência doméstica violaria o princípio da isonomia tributária, visto que é proibido o tratamento desigual entre contribuintes que se encontrem em situações equivalentes”, argumentou. O advogado exemplificou: “Outras pessoas vítimas de violência doméstica, como idosos e jovens dependentes financeiramente do agressor, não estão enquadradas no benefício, de modo que o projeto está fazendo uma distinção somente em razão do sexo, o que é vedado pela Constituição Federal”. 
 

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