A outorga das comendas aconteceu durante o lançamento do selo IAB Cultura, que marca um novo projeto na entidade. O Instituto passará a realizar encontros para debater a relação entre o Direito, a arte e as mais diversas manifestações culturais. O presidente aproveitou a oportunidade para promover o reconhecimento de Paula Lima e Paulo Sérgio Valle, que ajudaram a consolidar não apenas o setor artístico nacional, mas também a defesa dos direitos autorais.
Da esq. para a dir., Sydney Limeira Sanches e Paulo Sérgio Valle
Ao entregar a medalha desenhada por Oscar Niemeyer a Paulo Sérgio, Sanches destacou o impacto cultural das obras e do legado do artista, que tem mais de mil composições gravadas por grandes nomes da música brasileira. “Esta comenda é destinada àqueles que tiveram uma trajetória preocupada com a defesa dos direitos humanos e da cultura. E Paulo Sérgio Valle entregou esse trabalho ao País, não só na sua vida como compositor, mas também como um homem respeitado e admirado”, disse o advogado.
Criador de sucessos como Samba de verão e Evidências, Valle ressaltou que a homenagem é uma grande honra para a sua carreira. “Esta medalha vai ficar em um lugar importantíssimo: o escritório onde eu componho as minhas músicas. E eu vou me lembrar sempre desta noite e de todos que aqui estão”, declarou o compositor.
Presente no evento, o cantor e compositor Wilson Simoninha afirmou que é fundamental prestar deferências a uma figura tão importante para a cultura nacional. “Paulo Sérgio Valle tem uma característica que é fantástica: mesmo depois de tantos anos, ele continua criando coisas novas, se reinventando com novos parceiros e fazendo parte da história da música brasileira”, elogiou.
Da esq. para a dir., Paula Lima, Sydney Limeira Sanches e Paulo Sérgio Valle
Sydney Sanches também lembrou o legado deixado por Esperança Garcia, enquanto fazia a outorga da medalha a Paula Lima. Ele explicou que a comenda carrega o nome da mulher reconhecida como a primeira advogada do Brasil. Esperança, que foi escravizada no século XVIII, escreveu uma petição ao então governador do Piauí denunciando os maus-tratos sofridos por sua família. Em 2022, com a recuperação da carta, o Conselho Federal da OAB concedeu a ela o título de primeira advogada brasileira.
O presidente do IAB afirmou que, assim como Esperança, Paula é comprometida com as causas de defesa dos princípios civilizatórios: “Esta comenda é concedida em reconhecimento aos seus notáveis serviços dedicados à difusão da cultura e à sua incansável defesa dos direitos humanos e dos direitos dos autores e intérpretes, bem como sua participação na luta por equidade de gênero, raça e respeito à diversidade”.
Agradecendo a honraria, a cantora afirmou que a medalha é muito importante para a sua ancestralidade e para todos que lutaram pelas vidas negras. “Eu sou descendente de quem sobreviveu. Tomara que possamos sempre dialogar sobre as questões do feminino negro, que tem suas particularidades”, disse ela.
Da esq. para a dir., Paula Lima, Wilson Simoninha e Paulo Sérgio Valle
Também estiveram no evento o compositor e membro da Academia Brasileira de Letras (ABL) Antônio Cícero, a diretora Cultural e da Escola Superior do IAB (ESIAB), Leila Pose Sanches, o diretor do Setor Administrativo do Instituto, Antônio Laért Vieira Júnior, a deputada estadual Tia Ju, e o CEO da UBC, Marcelo Castello Branco, entre outros convidados e membros do IAB.
Confraternização na Biblioteca do IAB
Canja – Após a entrega das medalhas, Paula Lima e Simoninha cantaram músicas em homenagem a Paulo Sérgio Valle na Biblioteca Daniel Aarão Reis do IAB. A confraternização, que reuniu membros da diretoria, consócios e consócias e convidados, contou ainda com uma canja do diretor Antônio Laért Vieira Júnior.
Da esq. para a dir., Antônio Laért Vieira Junior e Wilson Simoninha