Dados do Censo 2022 revelam que o Brasil tem 1,7 milhão de indígenas e mais da metade deles está na Amazônia Legal. Em 2010, o IBGE contou 896.917 mil de pessoas nesse grupo, o que significa que esse contingente teve uma ampliação de 88,82% desde o Censo anterior. Apesar do crescimento populacional, os povos originários continuam sendo vitimados pelas consequências do garimpo ilegal e por crimes de ódio. O número de indígenas assassinados no Brasil entre 2019 e 2022 chegou a 795, segundo o relatório Violência Contra os Povos Indígenas do Brasil, do Conselho Indigenista Missionário (Cimi), divulgado no ano passado.
O combate ao preconceito e o respeito aos direitos indígenas são alguns dos objetivos que baseiam a criação da efeméride, que até 2022, era conhecida como “Dia do Índio”. Ela foi alterada após lideranças indígenas demonstrarem desconforto com o termo, que, segundo elas, tem carga pejorativa. A origem da celebração remete a um protesto dos povos originários do continente americano ainda na década de 1940, quando o Congresso Indigenista Interamericano, organizado no México, se propôs a debater medidas para proteger os indígenas no território.
Inicialmente, lideranças nativas se recusaram a participar do evento por acharem que não teriam voz, mas mudaram de ideia e se uniram ao Congresso no dia 19 de abril daquele ano. Ao fim do encontro, foram definidas algumas medidas a serem tomadas em favor da defesa dos povos indígenas. Entre elas, estavam o respeito à igualdade de direitos e à identidade histórica e cultural desse grupo, além da adoção do indigenismo como política de Estado e da criação do Dia do Aborígene Americano em 19 de abril. No Brasil, a data foi oficializada em 1943, por meio de um decreto-lei assinado pelo então presidente Getúlio Vargas.