“Eu não me entrego não” foi a frase repetida, intercaladamente, por cada um dos atores na abertura da peça, logo após a execução da canção Perseguição, cujos versos iniciais dizem: Eu não me entrego, não/ Eu não sou passarinho/ Pra viver lá na prisão. O texto da peça entremeia poemas do bumba-meu-boi O coronel de Macambira, de Joaquim Cardozo, encenado pelo Tuca em 1967, no Rio, com reflexões e relatos dos atores sobre as últimas décadas, especialmente o período da repressão militar.
Ao final da peça, o elenco dedicou a apresentação pelo aniversário do IAB à memória dos advogados Carlos Eduardo Bosísio, que foi um dos principais idealizadores do Tuca, e Modesto da Silveira, que se destacou na defesa de presos políticos, alguns dos quais integrantes do grupo teatral. Rita Cortez agradeceu a homenagem aos advogados, que eram membros do IAB, aos quais se referiu como “duas grandes personalidades do mundo jurídico que representam a resistência da advocacia ao autoritarismo”.
Em meio à transmissão de imagens das grandes passeatas realizadas no final da década de 1960 e de momentos da encenação da peça em 1967, um dos atores diz: “Esta é a história de toda uma geração contra a ditadura, principalmente por meio de ações culturais”. No espetáculo também são ditos trechos das críticas à montagem, publicadas nos jornais Correio da Manhã e O Globo, como também na revista O Cruzeiro.
Resgate da democracia – São citadas também passagens históricas importantes do combate à ditadura e do resgate da democracia, como a Passeata dos Cem Mil; o retorno do exílio de personagens importantes da vida política nacional, como Miguel Arraes, Leonel Brizola, Paulo Freire, Betinho e Augusto Boal, entre outros, e a campanha pelas Diretas Já.
Os remanescentes do grupo, fundado em 1967 e dissolvido pela ditadura militar, se reencontraram em 2015, fundaram a Associação Tuca de Arte e Cultura (Tucaarte) e montaram o espetáculo Re-acordar. Na abertura e no encerramento da apresentação no canal TVIAB no YouTube também estavam presentes, além da presidente do IAB, o diretor de Comunicação da OAB/RJ, Marcus Vinicius Cordeiro, e o diretor do Centro de Documentação e Pesquisa da Seccional, Aderson Bussinger.
OS MEMBROS DO IAB ATUAM EM DEFESA DO ESTADO DEMOCRÁTICO DE DIREITO. FILIE-SE!