Nesta edição, o Fórum Permanente de Afrodescendentes da ONU contou com quatro painéis temáticos de discussão: Reparações, Desenvolvimento Sustentável e Justiça Econômica; Educação: Superando o Racismo Sistêmicos e os Danos Históricos; Cultura e Reconhecimento; e A Segunda Década Internacional de Afrodescendentes: Expectativas e Desafios. Outros 70 painéis paralelos também compuseram a semana de debates sobre questões raciais. O evento faz parte da Década Internacional de Afrodescendentes, um período proclamado pela Assembleia Geral da ONU em 2015 para focar em reconhecimento, justiça e desenvolvimento da luta negra.
Segundo Ana Carolina Lourenço, é essencial que a ONU promova a segunda década voltada ao tema, para que sejam alcançados os objetivos previstos na Conferência de Durban, onde a Organização estabeleceu uma agenda dedicada ao combate do racismo. “Devemos fortalecer a rede de atuação das instituições brasileiras com a iniciativa privada e as ONGs, buscando parcerias estratégicas e colaborações que potencializem o impacto de nossas iniciativas em prol da equidade de gênero e raça”, defendeu Lourenço.
O presidente nacional do IAB, Sydney Limeira Sanches, que estava em Genebra para reuniões da Organização Mundial da Propriedade Intelectual (OMPI), aproveitou a oportunidade para prestigiar a participação de uma consócia da Casa de Montezuma no Fórum. Ele destacou que o evento é um importante espaço para o avanço da agenda antirracista.
“As ações das organizações internacionais na defesa de uma agenda voltada ao combate ao racismo, às violências discriminatórias e à intolerância são necessárias para a sedimentação de uma lógica global de preservação dos direitos humanos. Nessa difícil quadra histórica, a ONU, com apoio da sociedade civil e das organizações multilaterais, precisa retomar o seu protagonismo no cenário internacional na preservação da dignidade humana e na promoção da igualdade de gênero, raça, orientação sexual e ampla inclusão social, como forma de assegurar a paz e a justiça”, declarou Sanches. O presidente do IAB também afirmou que a entidade, ao se credenciar ao Fórum, passará a participar desse debate em linha com suas tradições na defesa da igualdade racial e dos direitos humanos.
Ana Carolina Lourenço esteve no evento junto a outros ativistas do Brasil. Liderada pela ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, a delegação brasileira foi composta por parlamentares, integrantes dos ministérios da Igualdade Racial e dos Direitos Humanos, movimentos sociais e representantes da sociedade civil.
O presidente da Comissão de Igualdade Racial do IAB, Humberto Adami, afirmou que o debate estabelecido no Fórum é uma ferramenta indispensável para a evolução do tema da reparação da escravidâo negra, que é, no Brasil e fora dele, uma das discussões mais relevantes dos últimos tempos. “A participação de nossa confreira e membro da Comissão de Igualdade Racial do IAB Ana Carolina Lourenço com a representação da Casa de Montezuma neste evento internacional, é motivo de júbilo e orgulho”, disse o advogado.