Com ares de curiosidade e atenção, os estudantes ouviram dos anfitriões informações sobre a origem histórica do IAB, o processo de filiação à entidade, as medalhas conferidas pela Casa, o funcionamento das 40 comissões e o papel principal do Instituto hoje, que é o de dar pareceres e contribuir para a boa elaboração das leis do País. “Participamos ativamente do processo legislativo”, afirmou Sydney Sanches, que é membro do IAB há quase 20 anos.
Da esq. para a dir., Leila Pose Sanches, Sydney Sanches e João Manoel de Lima Junior
“Vivenciar este momento com vocês, aqui neste plenário histórico, é realmente muito emocionante”, afirmou Leila Pose, lembrando a importância do IAB na história jurídica do Brasil. “O Instituto nos dá muito mais do que nós oferecemos”, afirmou. A diretora explicou que a visita da turma da FGV Direito Rio dá início a um novo projeto do IAB de receber estudantes de Direito que desejem conhecer um pouco mais sobre a história do Instituto, que em agosto completa 179 anos. O presidente ressaltou que “muita gente no meio jurídico não conhece o IAB”.
Sydney Sanches citou as principais finalidades do IAB à época de sua criação: elaborar o ordenamento jurídico do País, criar a OAB e conferir nacionalidade à advocacia brasileira. Ele também se referiu a grandes nomes da advocacia, como Francisco Gê Acaiaba de Montezuma, Teixeira de Freitas, Sobral Pinto e Heleno Fragoso, que presidiram o IAB. “Quando comemoramos, este ano, o bicentenário da Independência, significa dizer que grande parte dessa história se passou dentro desta Casa. A história do pensamento jurídico, da construção normativa do País e da consolidação da advocacia passou obrigatoriamente pelo IAB”, ressaltou.
Alguns estudantes fizeram perguntas, trazendo a palestra para o tempo atual. Um deles quis saber quando se intensificaram os ataques à advocacia no Brasil. Sydney Sanches disse que “o processo de criminalização da advocacia vem em decorrência da defesa de direitos” e que a tentativa de esvaziamento das conquistas constitucionais aumentou a partir de 2018, com a invasão de escritórios pela polícia, o cerceamento de manifestações de advogados e as tentativas de envolver advogados nos esquemas criminosos dos seus clientes.
Os alunos também visitaram a Biblioteca Daniel Aarão Reis, um dos maiores acervos de obras jurídicas do País, com cerca de 40 mil volumes e várias obras raras. Fundada em 1895, ela é aberta aos profissionais e estudantes de Direito.