IAB NA IMPRENSA

NA MÍDIA

Emanuel Soledade

Emanuel Soledade

DIMMI AMORA
DE BRASÍLIA

01/04/2016  12h38

O ministro da Justiça, Eugênio Aragão, afirmou em entrevista nesta sexta-feira (1º) que as famílias estão sofrendo de uma "psicose coletiva" por causa das divergências políticas e que a rede social "aflora os instintos mais primitivos das pessoas", comparando manifestações anônimas da política com a pedofilia.

A fala ocorreu após ele participar de uma cerimônia na CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil), onde a entidade em conjunto com o Ministério da Justiça, o Ministério Público Federal e o Instituto dos Advogados do Brasil apresentou uma Carta de Conclamação pedindo tolerância e pela paz, preocupada com a violência "principalmente nas palavras", segundo o Dom Leonardo Stenier, secretário-geral da entidade.

Aragão afirmou que a violência estava dominando o debate político, disse que "é preciso baixar a bola" e acusou, sem citar nomes, haver "grupos e pessoas interessadas no quanto pior melhor", que dificultam a governança do país. Em seguida, ele emendou sua preocupação com as famílias.

"Eu fico muito preocupado. Todos nós temos experiências nesse sentido, de conflitos dentro das famílias. Isso nos afeta na nossa profunda intimidade. Isso não é bom, cria uma cultura da insatisfação, da violência e, porque não dizê-lo, de uma psicose coletiva. Temos que ultrapassar isso", afirmou o ministro.

Aragão afirmou ainda que houve dois militantes mortos e atribuiu os crimes à intolerância política. Ele citou entre as mortes a de um prefeito do PC do B, assassinado com um tiro na cabeça, mas sem identificar qual. Além dos crimes, o ministro afirmou que já houve agressões contra pessoas vestidas de vermelho, autoridades verbalmente agredidas em restaurantes, sedes de partidos e organizações sociais vandalizadas e crianças que sofreram bullying na escola pelos pais serem autoridades ou por posições políticas.

"Tivemos ministros de corte suprema provocados e submetidos a situações constrangedoras. Não podemos tolerar isso. As instituições são caras para todos nós. Os juízes precisam ser independentes e não podem ser constrangidos por conta de sua opinião. Colocamos por terra as conquistas do estado democrático de direito", afirmou o ministro lembrando que pediu à Polícia Federal a investigação desses casos e também reforço na segurança de autoridades.

REDES SOCIAIS

Sobre as redes sociais, o ministro lembrou que elas são um fenômeno novo e que a violência nelas ocorre pelo agressor não "olhar nos olhos" do interlocutor.

"Olha para um monitor e ali me parecem que afloram aqueles instintos mais primitivos das pessoas. O superego, como se diria na psicanálise, não segura o id na rede. As pessoas dizem coisas na rede o que talvez não dissessem se olhassem na cara de quem estão conversando", disse Aragão comparando agressores anônimos a pedófilos.

"As pessoas muitas vezes se escondem no anonimato. No fundo, isso é a mesma fonte de perversidade que anima a pornografia infantil na rede. É o anonimato, a coisa de não precisar prestar contas a ninguém. Isso é ruim. Temos que agir responsavelmente. Temos que aceitar que os outros não concordem com a gente e que essa discordância seja feita em nível de civilidade e não de desqualificação", afirmou.

O ministro também afirmou que resultado das eleição de 2014 com baixa margem de votos de vantagem para a vencedora, a presidente Dilma Rousseff, ajudou a legitimar quem trabalha contra o resultado das eleições e que é necessário esperar o próximo pleito, em 2018.

"Teremos outras eleições, em 2018, e é importante na democracia que haja revezamento. Mas só é possível de forma tranquila se todos enxerguemos no outro alguém tão legitimado como nós. Não podemos achar que somos os donos da moralidade, donos da virtude e que o outro é apenas um sujeito pernicioso, um degenerado, desqualificado. Não podemos aceitar esse tipo de linguagem da divisão. Precisamos da linguagem da união", afirmou o ministro. 
A divergência não pode fazer de ninguém um inimigo", disse dom Leonardo Ulrich Steiner 

Diante do atual cenário de tensões políticas, a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) divulgou, nesta sexta-feira (1°), um documento solicitando a busca permanente de soluções pacíficas e repudiando qualquer forma de violência na sociedade. A cerimônia de lançamento contou com a presença do ministro da Justiça, Eugênio Aragão.

"A CNBB tem se preocupado com uma espécie de intolerância política. Uma intolerância na capacidade de dialogar, quase uma intolerância, digamos assim, em relação ao diálogo. Como o tom tem subido muito nos últimos tempos e tem havido manifestações, eu diria quase que raivosas, é um momento de nos manifestarmos também como sociedade, dizermos a todas as pessoas que assim não chegaremos a lugar nenhum", afirmou o bispo auxiliar de Brasília (DF) e secretário-geral da Conferência, domLeonardo Ulrich Steiner. 

"Ninguém pode agredir um filho e uma filha de Deus", disse dom Leonardo Steiner. Ele ressaltou a necessidade de diálogo nas diferenças de pensamento e de respeito à pessoa humana. "Temos voltado a discutir questões importantes do nosso Brasil, questões constitucionais, a importância dos partidos e da política. Nós temos visto manifestações de rua, o que pode contribuir muito para a democracia brasileira, mas todas essas manifestações, às vezes, vêm junto com uma determinada violência que nós não gostaríamos que impedisse a democracia brasileira, a nossa jovem democracia brasileira", disse o bispo.

Para o ministro Eugênio Aragão, o discurso de ódio que tem sido aflorado por causa da divergência política e de opiniões tem levado a sociedade brasileira a conviver com um sentimento de raiva, algo considerado extremamente preocupante.

"A divergência não pode fazer de ninguém um inimigo. A divergência é legítima e necessária numa sociedade plural. E nós temos de preservar essa divergência como uma riqueza do nosso pluralismo", avaliou Aragão.

Também presente no encontro, o procurador federal dos Direitos do Cidadão, Aurélio Veiga Rios, afirmou que esse documento da CNBB vai ajudar na luta contra a intolerância de todo o tipo, inclusive a de discurso. "Não há nenhum cunho partidário ou governista nesse ato. Estamos todos aqui é para fazer um alerta sobre os perigos da intolerância", afirmou.

O presidente do Instituto dos Advogados Brasileiros (IAB), Técio Lins e Silva, também foi um dos signatários do texto e avaliou positivamente a iniciativa. "Estamos absolutamente comprometidos com as linhas gerais dessa conclamação, que busca a paz. Devemos buscar um entendimento, ser contra a intolerância, possibilitar que o País, no momento de crise gravíssima, encontre o caminho para a pacificação nacional", destacou.

Fonte: Portal Brasil, com informações da CNBB 
A cerimônia foi realizada na sede da CNBB, em Brasília
01/04/2016 às 15:45 (atualizado em 01/04/2016 às 15:58)RELIGIÃO CNBB

 A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), o Ministério da Justiça, o Ministério Público Federal e o Instituto dos Advogados Brasileiros assinaram, na manhã desta sexta-feira, 1º de abril, Conclamação Dirigida ao Povo Brasileiro, na qual exortam a busca permanente de solução pacífica para a crise. 

No texto, as entidades conclamam "todos os cidadãos e cidadãs, comunidades, partidos políticos e entidades da sociedade civil organizada a fazer sua parte e cooperar para este mesmo fim, adotando, em suas manifestações, a busca permanente de soluções pacíficas e o repúdio a qualquer forma de violência, convictos de que a força das ideias, na história da humanidade, sempre foi mais bem-sucedida do que as ideias de força".

Assinam a conclamação o bispo auxiliar de Brasília e secretário geral da CNBB, dom Leonardo Steiner; o ministro da justiça, Dr. Eugênio Aragão; o procurador federal, Dr. Aurélio Veiga dos Rios; e o representante do Instituto dos Advogados Brasileiros, Dr. Técio Lins e Silva. 

O evento foi realizado na sede da CNBB, em Brasília, com presença de representantes da sociedade civil, pastorais, movimentos e organismos.

Confira a íntegra da Conclamação:

Conclamação ao Povo Brasileiro

Reunidos, por iniciativa da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil - CNBB,

Ministério da Justiça,

Ministério Público Federal,

Instituto dos Advogados Brasileiros,

Considerando as graves dificuldades institucionais, econômicas e sociais da atual conjuntura nacional, que geram inquietação e incertezas quanto ao futuro;

Considerando que nenhuma crise, por mais séria que seja, pode ter adequada solução fora dos cânones constitucionais e legais em decorrência do primado do Direito;

Considerando que as divergências naturais, numa sociedade plural, não devem ser resolvidas, senão preservando-se o respeito mútuo, em virtude da dignidade da pessoa humana;

Considerando que, em disputas políticas, necessariamente haverá aqueles que obtêm sucesso e aqueles que não alcançam seus objetivos;

Considerando que, nestes casos, o êxito não pode significar o aniquilamento do opositor, nem o insucesso pode autorizar a desqualificação do procedimento;

Considerando que, sejam quais forem os grupos políticos, suas convicções e valores não devem ser colocados acima dos interesses gerais do bem comum do Estado, que tem o dever de priorizar os grupos mais vulneráveis da população;

Considerando, por fim, que às entidades subscritas cabe desenvolver o seu mais ingente esforço para assegurar a prevalência das garantias constitucionais, norteadas por nossa Carta Cidadã de 1988 no artigo 3º:

Constituem objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil:

I. construir uma sociedade livre, justa e solidária;

II. garantir o desenvolvimento nacional;

III. erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais e regionais;

IV. promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação.

Conclamam todos os cidadãos e cidadãs, comunidades, partidos políticos e entidades da sociedade civil organizada, a fazer sua parte e cooperar para este mesmo fim, adotando, em suas manifestações, a busca permanente de soluções pacíficas e o repúdio a qualquer forma de violência, convictos de que a força das ideias, na história da humanidade, sempre foi mais bem sucedida do que as ideias de força.

Se assim o fizermos, a História celebrará a maturidade, o equilíbrio e a racionalidade de nossa geração que terá sabido evitar a conflagração, que somente divide e não constrói, fazendo emergir dos presentes desafios, ainda mais fortalecidas, as Instituições, a República e a Democracia.


Brasília, 31 de março de 2016


Dom Leonardo Ulrich Steiner
Conferência Nacional dos Bispos do Brasil

  
Dr. Eugênio Aragão
Ministério da Justiça


Dr. Aurélio Veiga dos Rios
Ministério Público Federal

  
Dr. Técio Lins e Silva
Instituto dos Advogados Brasileiros

Central de Conteúdo Unidade RedeSul 
Em carta, CNBB propõe repúdio à violência em manifestações políticas

A CONFEDERAÇÃO NACIONAL DOS BISPOS DO BRASIL DIVULGOU UM MANIFESTO NO QUAL DEFENDE A PACIFICAÇÃO DO PAÍS. O TEXTO TAMBÉM FOI ASSINADO PELO MINISTÉRIO DA JUSTIÇA, MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL E INSTITUTO DOS ADVOGADOS DO BRASIL.

Na carta, as entidades também pediram a busca permanente de soluções pacíficas e o repúdio a qualquer forma de violência. 
BRASÍLIA - O acirramento da crise política brasileira e o risco de que isso resulte em violência e intolerância anda preocupando a Igreja Católica brasileira. A entidade procurou representantes do governo e da sociedade civil e, nesta sexta-feira, em evento ocorrido na sede Conferência da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), assinou um documento no qual pede a busca permanente de solução pacíficas para a crise. 

O texto, intitulado Conclamação Dirigida ao Povo Brasileiro, foi assinado pelo ministro da Justiça, Eugênio Aragão; pelo bispo auxiliar de Brasília e secretário geral da CNBB, Leonardo Steiner; pelo procurador da República Aurélio Veiga dos Rios, que representou o Ministério Público Federal (MPF); e pelo presidente do Instituto dos Advogados Brasileiros (IAB), Técio Lins e Silva. 

No documento, as entidades destacam que o êxito de um lado na política não pode significar o aniquilamento do outro. Também "conclamam todos os cidadãos e cidadãs, comunidades, partidos políticos e entidades da sociedade civil organizada, a fazer sua parte e cooperar para este mesmo fim, adotando, em suas manifestações, a busca permanente de soluções pacíficas e o repúdio a qualquer forma de violência, convictos de que a força das ideias, na história da humanidade, sempre foi mais bem sucedida do que as ideias de força".

Em seguida, acrescentam: "Se assim o fizermos, a História celebrará a maturidade, o equilíbrio e a racionalidade de nossa geração que terá sabido evitar a conflagração, que somente divide e não constrói, fazendo emergir dos presentes desafios, ainda mais fortalecidas, as Instituições, a República e a Democracia". 

Leonardo Steiner destacou que as diferenças são salutares e necessárias, mas rechaçou a opção pela agressão a quem pensa de forma contrária.

- Para nós que temos o Evangelho como livro de vida, cada pessoa humana é um filho e uma filha de Deus. E ninguém pode agredir um filho e uma filha de Deus, seja por meio da palavra ou de uma agressão física - disse Steiner durante o evento. 

O ministro Aragão apontou para o sentimento de ódio e raiva decorrente da disputa política. 

- Não podemos fazer do opositor um inimigo - afirmou Aragão, acrescentando: - Temos que considerar nossos interlocutores tão importantes quanto nós. 
Nesta sexta-feira (1º de abril), às 10h, na sede da CNBB, em Brasília, o presidente nacional do Instituto dos Advogados Brasileiros (IAB), Técio Lins e Silva, irá se reunir com o secretário-geral da Confederação Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), dom Leonardo Steiner, e representantes de outras entidades para discutir caminhos que levem à pacificação política do País. "Tenho a convicção de que o IAB, por força da sua bicentenária tradição jurídica, será chamado a assumir a gigantesca responsabilidade institucional de contribuir para a pacificação nacional neste momento extremamente difícil para o País, que passa por uma enorme turbulência política". A afirmação foi feita por Técio Lins e Silva, na noite desta quarta-feira (30/3), na sede do IAB, no Centro do Rio, após a Assembleia Geral Eleitoral que reelegeu a atual Diretoria para o seu segundo mandato consecutivo (biênio 2016/2018).

De acordo com Técio Lins e Silva, "o IAB irá atuar junto com a CNBB no propósito de ajudar a colocar o País nos trilhos da paz". Em visita na última terça-feira ao presidente do Supremo Tribunal Federal, ministro Ricardo Lewandowski, dom Leonardo Steiner disse ao magistrado que há "um cenário de crescente intolerância se instalando no País'. No encontro, o secretário-geral da CNBB considerou" a necessidade do empenho das instituições e autoridades do País em medidas que levem à promoção da paz social e evitem a produção de conflitos ". 

Em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo, o secretário-geral da ONU, Ban Ki Moon, também se manifestou a respeito da instabilidade no Brasil gerada pela crise política. Segundo ele," por enquanto, é um problema político doméstico, mas o Brasil é um país muito importante e qualquer instabilidade política é uma preocupação para todos nós, porque pode contaminar outros governos da região onde processos democráticos ainda frágeis poderiam ser minados ". Conforme Técio Lins e Silva,"a preocupação da ONU é absolutamente procedente, já que a crise brasileira pode afetar a estabilidade da democracia em todo o continente; por isso, o IAB irá contribuir para tentar diminuir esses riscos". 
Nesta sexta-feira (1º de abril), às 10h, na sede da CNBB, em Brasília, o presidente nacional do Instituto dos Advogados Brasileiros (IAB), Técio Lins e Silva, irá se reunir com o secretário-geral da Confederação Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), dom Leonardo Steiner, e representantes de outras entidades para discutir caminhos que levem à pacificação política do País. "Tenho a convicção de que o IAB, por força da sua bicentenária tradição jurídica, será chamado a assumir a gigantesca responsabilidade institucional de contribuir para a pacificação nacional neste momento extremamente difícil para o País, que passa por uma enorme turbulência política". A afirmação foi feita por Técio Lins e Silva, na noite desta quarta-feira (30/3), na sede do IAB, no Centro do Rio, após a Assembleia Geral Eleitoral que reelegeu a atual Diretoria para o seu segundo mandato consecutivo no biênio 2016/2018. 
  
De acordo com Técio Lins e Silva, "o IAB irá atuar junto com a CNBB no propósito de ajudar a colocar o País nos trilhos da paz". Em visita na última terça-feira ao presidente do Supremo Tribunal Federal, ministro Ricardo Lewandowski, dom Leonardo Steiner disse ao magistrado que há "um cenário de crescente intolerância se instalando no País'. No encontro, o secretário-geral da CNBB considerou "a necessidade do empenho das instituições e autoridades do país em medidas que levem à promoção da paz social e evitem a produção de conflitos". 

Em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo, o secretário-geral da ONU, Ban Ki Moon, também se manifestou a respeito da instabilidade no Brasil gerada pela crise política. Segundo ele, "por enquanto, é um problema político doméstico, mas o Brasil é um país muito importante e qualquer instabilidade política é uma preocupação para todos nós, porque pode contaminar outros governos da região onde processos democráticos ainda frágeis poderiam ser minados". 

Conforme Técio Lins e Silva, "a preocupação da ONU é absolutamente procedente, já que a crise brasileira pode afetar a estabilidade da democracia em todo o continente; por isso, o IAB irá contribuir para tentar diminuir esses riscos". 
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