Da esq. para dir., Jorge Rubem Folen, Sydney Limeira Sanches e Edmée da Conceição Cardoso
Conduzindo a solenidade, o presidente nacional do Instituto, Sydney Limeira Sanches, afirmou que o evento marca um momento histórico e único para a entidade. “Este momento revela os ideais históricos do IAB e faz com que tenhamos cada vez mais força e potência para seguir na defesa da democracia. Em um momento sensível como o que estamos passando, precisamos estar atentos à preservação dos nossos princípios civilizatórios”, disse o advogado.
Da esq. para dir., Edmée da Conceição Cardoso e Benedita da Silva
Benedita da Silva recebeu o Conjunto de Medalhas Esperança Garcia por sua notável atuação na defesa dos direitos humanos, da equidade de gênero e raça e na promoção do respeito à diversidade. Em seu discurso, ela dividiu a homenagem com as outras mulheres negras e ressaltou que a identidade feminina não deve ser formada a partir do que é dito pela sociedade. “Eu sou inteligente e competente e não preciso que ninguém diga que sou. Os outros dizem algumas coisas com as quais nós não temos nenhum compromisso, mas nós é que sabemos quem somos”, afirmou a deputada.
Da esq. para dir., Edmée da Conceição Cardoso, Yedo Ferreira e Humberto Adami
Já a medalha entregue a Yedo Ferreira reconhece sua militância em favor da reparação histórica da escravidão no Brasil. Ele agradeceu pela comenda e lembrou que seu ativismo se encontra com a história do Instituto há décadas. Nos anos 1990, Yedo e Benedita estiveram em contato para falar do IAB e do seu papel no debate sobre os direitos constitucionais dos quilombos. “Esta Casa tem um compromisso histórico com os quilombolas e, hoje, também deve ter um compromisso com a reparação da escravidão. O fundador desta instituição era negro, assim como os fundadores de outras entidades. Essas personalidades ficaram invisíveis e a reparação vem para corrigir isso”, defendeu o ativista.
Humberto Adami
Os homenageados foram saudados por consócios e convidados presentes na solenidade. Presidente da Comissão de Igualdade Racial, Humberto Adami sublinhou que a luta pela justiça social marca a vida dos dois ativistas. “Não tem ninguém mais Esperança Garcia do que Benedita da Silva. E Yedo Ferreira, com 92 anos de idade, é o maior guerreiro da reparação da escravidão negra no Brasil. As duas trajetórias são fantásticas”, declarou.
Marcus Antônio de Souza Faver
O secretário-geral do IAB, Jorge Rubem Folena, destacou a representatividade de Benedita da Silva: “Ela é a única constituinte negra da história deste País. A sua trajetória nos ensina uma lição de excelência, porque ela é a representação do nosso povo brasileiro”. Presidente do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro (TJRJ) em 2002, período em que Benedita foi governadora, o desembargador aposentado Marcus Antônio de Souza Faver afirmou que a política merece todo o reconhecimento. “Ela nunca subiu os degraus do Palácio da Justiça para tratar de qualquer coisa que não fosse do desejo da comunidade”, relatou.
O legado da homenageada à frente do governo estadual fluminense também foi lembrado pela diretora secretária de Diversidade e Representação Racial do IAB, Edmée da Conceição Cardoso. A advogada citou que Benedita criou delegacias especiais para apurar crimes raciais e assinou a lei contra o assédio dos trabalhadores. Ao comentar sobre a trajetória de Yedo Ferreira, ela afirmou: “Este homem, desde a sua juventude, milita no movimento e reflete sobre o lugar do negro em uma sociedade hegemonicamente denominada pela branquitude. Ele é a conexão da militância com a intelectualidade”.
Flora Strozenberg
Em homenagem prestada à companheira que conhece desde 1978, Flora Strozenberg afirmou que sua presença se justifica pelo grande amor que sente por Benedita: “Quando nos conhecemos, éramos somente duas mulheres jovens que faziam da política uma parte importante da vida”. Leila Bittencourt sublinhou a trajetória de destaque do fundador do Movimento Negro Unifocado (MNU): “Yedo Ferreira é um resistente da luta pela igualdade racial. Saúdo-lhe por todo o seu trabalho em defesa dos direitos humanos durante os seus 92 anos”. Sobre Benedita da Silva, a advogada afirmou: “Ela dedica a sua vida à justiça social e ao combate a toda forma de discriminação e de injustiça no nosso País”.
Leila Bittencourt
Também estiveram na solenidade o 1º vice-presidente do IAB, Carlos Eduardo Machado, a diretora Cultural e da Escola Superior do Instituto (ESIAB), Leila Pose Sanches, o diretor Ouvidor e Apoio aos Sócios, Paulo Maltz, a diretora de Publicações, Kátia Tavares, a ex-presidente do IAB e presidente da Comissão dos Direitos da Mulher, Rita Cortez, o orador oficial, Sérgio Tostes, o diretor de Relações Institucionais da Firjan, Márcio de Almeida, o consócio Edmundo Franca e as consócias Flora Strozenberg e Leila Bittencourt, entre outros.